Depois da estreia em Amor à Vida Lúcia Veríssimo se apresenta em
Salvador com Usufruto.
Quais caminhos a mente humana é capaz de percorrer para alcançar
seus propósitos? Até onde esses caminhos são sadios ou ultrapassam as
fronteiras da moralidade? Baseada nessas questões a atriz Lúcia Veríssimo
escreveu seu primeiro texto para o teatro. O inusitado e intrigante encontro
entre uma mulher de 50 anos e um homem com trinta e poucos num
apartamento vazio de frente para o mar. O espetáculo será apresentado nos
dias 20 e 21 de setembro (sexta e sábado), às 22hs e dia 22 (domingo), às
20h.
Usufruto, de Lúcia Veríssimo é um espetáculo de ideias, construído
com uma dramaturgia cuidadosamente burilada e uma encenação, assinada
por José Possi Neto, que remete à intimidade desse encontro inesperado
entre um homem e uma mulher desconhecidos.
O texto de Lúcia Veríssimo é um tributo a Roland Barthes, um dos
mais importantes filósofos do nosso tempo, que definia seu próprio trabalho
como o “saber com sabor”. E é desta forma que é conduzido Usufruto. “Uma
bela apresentação de ideias nas quais conceitos antigos são demolidos,
novas propostas são lançadas, a vida e o amor são questionados. Mas tudo é
dito com sabor, com humor, com malícia e com sutileza”, afirma Lúcia.
Os diálogos são ágeis e sarcásticos, recheados de humor e malícia,
onde são discutidas questões eternas sob uma ótica contemporânea: amor,
casamento, paixão e ética.
Com formação em jornalismo Lúcia Veríssimo sempre escreveu,
mas não pensava em dramaturgia até 2005 quando, durante as tomadas
de América, surge Usufruto. “Criei a peça nos intervalos das gravações
da novela, incentivada por Rafael Calomeni e Gabriela Duarte. Usufruto
nasceu envolto na poeira das madrugadas, no caminhão das externas”,
conta Lúcia. Coincidentemente o projeto dá continuidade no momento em
que Lúcia Veríssimo volta à telinha. A atriz entra na trama Amor à vida com
personagem importante para o desfecho do folhetim.
Em Usufruto a história se passa num apartamento à venda. Nele
se encontram uma mulher de cinquenta anos, bela, sedutora, atraente,
debochada, sem limites e um jovem e promissor arquiteto, entusiasta,
sonhador, apaixonado e muito conservador. Eles disputam a compra do
imóvel, e ela propõe um jogo, um jogo da verdade, no qual o perdedor
desiste. Essa relação reúne a universalidade à particularidade, especialmente
à particularidade brasileira, onde essas duas pessoas, uma mulher misteriosa
e decidida a conseguir o que quer e um jovem homem que tenta realizar um
sonho jogando sinceramente. Sem jamais perder a leveza a peça é um dueto
e um duelo, e seu final é surpreendente.
Lucia Veríssimo acredita que “assim como o personagem do jovem
homem, o público também deixará o teatro cheio de dúvidas e reflexões”.
Essa afirmação se dá justamente pelo final inesperado e bem arquitetado. “O
jogo já havia sido programado ou aconteceu durante o encontro? Esta mulher
é inescrupulosa mesmo ou agiu levada pela situação? Os fins justificam os
meios? Quem de fato perdeu o jogo?”, pergunta a minuciosa autora.
José Possi Neto em sua meticulosa direção apresenta o texto de uma
forma envolvente, extraindo o melhor dos atores, criando um espetáculo
sedutor e instigante, levando o suspense até a última cena.
Lúcia Veríssimo, atriz conhecida por seu talento e popularidade
traz em seu perfil pessoal a adequação ao personagem, e o fato de ser a
autora do texto, dá a certeza de que cada palavra, cada inflexão e cada
intenção serão transmitidos ao público com perfeição. Seu personagem
sedutor domina a cena, manipula as emoções do outro, usa sem pena
sua inteligência e experiência, guardando até o final seu dolorido segredo
e colocando em dúvida os conceitos que contundentemente defende no
decorrer de toda a peça.
Claudio Lins cria um personagem sutil e sensível, mas ao mesmo
tempo cheio de energia e certezas, que sofre, se rebela e se fragiliza ao
serem questionados todos os seus ideais. Ele termina o jogo crivado de
dúvidas, mas provavelmente estas irão ajudá-lo a construir uma vida mais
verdadeira. “O dia vindouro ensina ao dia precedente” (Píndaro). Ele perde
ou ganha o jogo proposto e também um sonho? Ele sai de cena sem
perceber de imediato a extensão do jogo no qual entrou.
O cenário é de Jean Pierre Tortil, cuja criação reuniu elegância e
sofisticação à funcionalidade e fluência da cena. Os figurinos e luz são
complementados pelas caracterizações de Marlene Moura.
Usufruto é um espetáculo que reúne um bom texto nacional, um
diretor respeitado, atores conhecidos, cenário, iluminação e figurinos de
extrema qualidade. É um espetáculo de excelência que se propõe a aliar o
entretenimento à reflexão.
Serviço
O que: Usufruto com Lúcia Veríssimo e Cláudio Lins
Local: No teatro Jorge Amado
Quando: 20, 21 e 22 de setembro
Horários: sexta e sábado, às 22h e domingo, às 21h – inaugurando horário
alternativo do teatro
Quanto: R$70 (inteira) | R$35 (meia)*
Classificação: 12 anos
Informações: (71) 3273 8543
Ficha Técnica:
Texto: LÚCIA VERÍSSIMO
Elenco: LÚCIA VERÍSSIMO e CLAUDIO LINS
Direção: JOSÉ POSSI NETO
Assistente de direção: EDUARDO DE SANTHIAGO
Cenógrafo: JEAN-PIERRE TORTIL
Iluminação: JOSÉ POSSI NETO
Direção de Produção: LÚCIA VERÍSSIMO
Operador de Luz e Produção: ANDRE GRECCO
Operadora de Som: ANA LÚCIA RICON
Assistente de Produção: TAY SAAD
Camareira: MANINHA
Maquinista e Contra Regra: ALEXANDER PEIXOTO DA SILVA E ROBSON
PATRÍCIO
Produção local: TOM TOM PRODUÇÕES, UNS E OUTROS PRODUÇÕES E
MARLUCIA SIE PRODUÇÕES.
*valores sujeitos a conveniência e
taxa de entrega de acordo com a localidade.
Sugestões, transportes, ingressos em
domicilio, grupos e serviços afins relacionados com a cidade do show;
falecom@yabatur.com ou televendas Yabatur; 71 9141-0487 ou 3017-7663.
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